“Preso aos pecados pregressos em toda carne. Nossa alma almeja a salvação”
Já é fim de tarde, o Sol se põe, o badalo da igreja anuncia que a missa tem início. Até ontem o sistema de som era uma gravação dos sinos. Hoje ele é real, cristalino e poderoso.
Os fiéis se levantam e aplaudem em grande felicidade a novidade. Os sorrisos se espalham pela paróquia.
Abaixo da igreja do monastério, esta felicidade desperta seu benfeitor.
As peles cortadas pelos açoites da noite anterior começam a fechar e as marcas de sangue desaparecem da pele clara.
O monge que ali esteve e vigiou seu sono de ancião, está feliz por ter seus pecados sorvidos do corpo.
“Obrigado peregrino por perdoar meus pecados.” É o que ele diz enquanto sente sua alma tocar o Céu.
“Que o nosso Deus o guie em seus dias.” O ancião respondeu terminando de vestir seu “hábito” para acompanhar a missa do início da noite.
Algum tempo depois a missa termina.
A hóstia dividida gentilmente toca a boca de todos que procuram a comunhão com o Salvador:
“Pelo corpo do Salvador seu pecado é perdoado. Que o sangue vertido lave suas dores!” Assim diz o pastor.
E seguindo em fila seu rebanho responde em uníssono:
“Amém!”