Ano novo, M.E.D.O. novo, e hoje começo a escrever para nossa página sobre um pouco além do RPG. E não poderia ter encontrado um tema melhor do que essa HQ para começar o ano com cara de resolução e mudança.
A DC produziu uma série de histórias de personagens que muitos como eu sentiam saudades. A Hanna-Barbera foi uma parte inegável da infância de muitos de nós, principalmente os que estão rodeando os trinta e quarenta anos. Quem não se lembra dos desenhos animados do Scooby-Doo, das aventuras de Jonny Quest ou do bom humor de Space Ghost de Costa a Costa (que ficou mais famoso que o programa inicial do Space Ghost!)? Então, quando vi essa série nas estantes não consegui evitar e lá fui atrás de comprar as HQs dos meus personagens favoritos. E que doce surpresa!
Um dos meus desenhos favoritos na infância era Os Flintstones, eu adorava o universo pré-histórico caricato que se criou, as tecnologias alternativas… e a HQ não deixa a desejar nesse aspecto, mas nos dá muito mais.
Com o objetivo de agradar aos fãs que hoje são crescidos, Os Flintstones é uma crítica social contundente e repleta de humor. Me peguei gargalhando em alguns momentos das ironias da sociedade moderna que foram impressas nas páginas dessa HQ dividida em dois volumes.
O foco é agradar a nós mesmos, fãs dos desenhos animados que cresceram e agora buscam saciar a nostalgia. Por isso é mais maduro e inteligente, apresentando questionamentos sobre religião e política, mas, principalmente, criticando firmemente uma série de aspectos do capitalismo. Os utensílios ganham mais voz, as crianças são inteligentes e críticas e a história de Fred ganha a complexidade da vida real: os desafios, os sucessos e tristezas, as dúvidas e escolhas. Os personagens deixaram o desenho para entrar para a humanidade e o resultado é uma sátira da sociedade atual que não pode faltar na sua prateleira.
Os Flintstones te faz pensar e rir de forma tão brilhante que não pode ser deixado de lado, seja pelos fãs da animação ou pelos fãs de HQs. É uma ferramenta de reflexão em forma de lazer, e que ainda mata aquela saudade de tempos mais simples.
Uma obra de arte em prol da mudança e da busca por tempos melhores no futuro.
