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Temet Nosce

Aqui você imerge em um magnífico conto escrito por um(a) Caminhante do DESTINO M.E.D.O., criado a partir de suas vivências nas aventuras do clube de jogos.

escritor

personagem

criatura

família

Contos de Caminhantes - Temet Nosce
"Como diriam os americanos: LET THEM COME AND BRING IT ON!" - diz ela com uma piscada e um sorriso.

Ela acordou e achou que estava num sonho. Estava envolta de lençóis brancos confortáveis, limpos e seu querido Lucca estava a abraçando.

“Estou em casa? Não. O que aconteceu foi real, aquilo não foi um sonho assim como isso não é MAS, já me vi em piores situações e creio que o pobre Lucca deve estar muito preocupado, preciso lhe mostrar.” Ela acorda Lucca com empurrões suaves até que ele abre os olhos e senta rapidamente ao ver que ela está acordada.

“Preciso lhe mostrar”-diz ela enquanto morde o lábio até sangrar e beija Lucca.

Esse é o nosso ritual para coisas importantes. As vezes palavras não conseguem descrever por inteiro algumas situações, e as que tinham acontecido nas horas anteriores precisavam ser mostradas. Com o beijo, Lucca conseguia ver tudo como se estivesse na pele de Arabella. Ele viu a chuva de sangue, a criação das 3 criaturas, a votação sobre a Valderie, o terror que ela sentiu quando descobriu que teria que fazer o ritual e toda a dor e temor do terrível ritual que Hatem havia realizado, o desespero do acordar e o cansaço da alma dela depois de tudo isso.

Ela para de beijá-lo e ao abrir os olhos vê que ele está em prantos.

“Eu de…de…devia tê-la impedido. Eu não devia ter saído do seu lado, eu te avisei para não ir lá!” -dizia Lucca em prantos.

“Eu fiz o que tive que fazer. Essas são as consequências e agora tenho que correr para lidar com elas a tempo de não serem mais graves ainda” – diz Arabella que já levantou da cama e começou a se arrumar.

Arabella pega o celular e liga para seu motorista ir buscá-la. Vira para Lucca e diz:

“Preciso voltar para casa. Vou precisar de sua ajuda para fazer um ritual!”

“OUTRO???” – diz Lucca impressionado. “Você ACABOU de passar por um ritual absurdamente violento e você quer fazer outro??? Você está louca! Eu não vou fazer parte da sua auto dilaceração!” – diz ele quase soltando fumaça pela boca.

“Esse ritual é diferente meu querido. Preciso trazer de volta a memória da minha famiglia, de tudo o que é importante para mim. Aqueles do Saba jamais saberão o que é ser uma família, o que é ter união e lealdade. O próprio Degolador é praticamente expulso de todos os bandos que tenta criar, os membros ‘do alto escalão’ estão mais parecidos com a Camarilla do que gostariam de admitir e os tais legalistas que se dizem tão sem lei, obedecem a leis cegas que eles dizem tanto odiar. EU NÃO FAREI PARTE DESSA HIPOCRISIA! Os filhos do pai negro estão mais perdidos do que cegos em tiroteio, preciso desse ritual para lembrar de deixar a minha real família me guiar e impedir aqueles que digam o contrário.”

“Mas uma coisa é muito importante Lucca, o Saba deve achar que estou do lado deles, que viva o pai negro e tudo mais. Isso é de extrema importância para mantermos nossos negócios e nossas cabeças. Inclusive esse ritual vai servir para tirar alguém da minha (ela sussurra)”- se referindo a Hatem.

Lucca a olha com um olhar de reprovação mas de que entende a motivação dela.

01 hora e meia depois eles estão nos portões da mansão Giovanni. Arabella entra e pede para um dos mordomos que vem lhe receber chamar o chefe da cozinha. Pede também para a chefe das camareiras ir ao laboratório e pegar um fragmento de osso do seu antigo mentor (está num potinho com etiqueta, tudo é muito bem organizado por aqui).

O chefe da cozinha chega e, faz uma reverência para Arabella.

“Como posso servi-la hoje?” – diz ele.

“Eu preciso que você faça meu prato preferido. Faça aquela lasanha que você fez a primeira vez que pisei nessas terras, aquela que fez com que todos os pensamentos confusos do novo continente fosse embora e o gosto me levasse de volta a nostra terra.”

“Com todo prazer mia bambina” – e ele sai em direção a cozinha gritando ordens em Italiano para os funcionários.

Arabella vai até o seu quarto na mansão e pega o seu batom vermelho favorito, cor que foi usada por todas as gerações de sua família mortal e troca de roupa colocando a mesma roupa que estava usando no dia que foi Abraçada. Mesmo quando era mortal Arabella sempre colecionou “bibelôs” de momentos importantes de sua vida, lembranças sempre foram muito importantes para ela e essa tradição se seguiu para a não-vida.

Voltando ao hall principal de entrada ela viu que a chefe das camareiras já havia retornado com o fragmento de osso. Ela o pega e vai direto para a biblioteca onde procura por um livro de poemas.

Em suas primeiras noites de caça em Ravenna (na Itália) após ser Abraçada, ela não tinha tanta consciência da dor que sua mordida causava as suas vítimas e num descuido acabou matando um jovem que carregava consigo um livro onde dentro havia uma “foto” (porque parecia mais uma pintura) de uma moça muito bonita, que provavelmente era sua amada. No livro haviam os mais lindos poemas de amor que Arabella já tinha lido e ela nunca tinha sentido tanta tristeza ao tirar a vida de alguém quando a do dono apaixonado do livro. Para preservar sua memória ela decidiu eternizar o livro o colocando numa capa de proteção e sempre se certificando que este estivesse nas melhores condições de preservação.

Ela o acha na biblioteca na parte de livros especiais (pois tem uma ambientação diferente para mantê-los) e abre num poema específico:

Contos de Caminhantes - Temet Nosce

Perché amo?

Perché ti piace di me?
Perché hai permesso!…
Qui è la questione che mi confonde
e baralha a profondità di esaurimento…
Perché ti amo e tu nom ha dato il permesso
Non ho mai acceittato naturali
mentale o fisíco, non so
Mio amore ti amo dal profondo del mio cuore
Dimmi anche che ti amo, e saremo felici per sempre
Come in hostórias di colore rosa…
Come le rose di Dirceu…
Rosso e giallo rose, simbolo di amore e di passione
Rose di rose e orchidee sono orchidee

Buona notte a tutti i fiori..

Com isso está tudo pronto.

Ela pede a ajuda de Lucca para levar tudo o que precisa para o cemitério: Ela leva numa cesta o batom, um pedaço da lasanha e o fragmento de osso. Nas mãos de Lucca vai o livro de poemas.
Já no cemitério, ela senta exatamente do meio, entre todos os túmulos. Abre a cesta, retira os itens, pega a faca que trouxe para cortar a lasanha, vira para Lucca e diz:

“Preciso de uma gota de sangue do meu irmão”- enquanto aponta a faca para ele. Ele faz um pouco de cara feia mas oferece o dedo indicador para Arabella e ela faz um pequeno corte e deixa algumas gotas de sangue cair sobre a lasanha. Ela pega o fragmento de osso que com sua força o esmaga até virar pó, e joga este também em cima da lasanha. Ela passa o batom e pede para Lucca ler o poema para ela, como se fosse o jovem rapaz que ela havia matado. Pede que ele leia como se estivesse lendo para sua amada e enquanto ele lê o poema, ela come a lasanha.

Neste cemitério estão todos que já trabalharam na mansão Giovanni e todos que são importantes para a famíglia. Aqui ficam os espíritos de todos eles, para servirem e guardarem essas terras e seus habitantes e é a esses espíritos que Arabella convoca com seu ritual. Muitos dos que estão aqui a conhecem, e ela sempre foi muito boa e educada com todos os funcionários da casa portanto todos que a conhecem tem um carinho por ela. Conforme os espíritos vêm, um a um ela vai os abraçando, passando a mão em seus cabelos, sentindo a presença deles fortemente como acontece quando se abraça alguém que não se vê a muito tempo. Aos poucos há uma roda de espíritos, todos abraçados em volta de Arabella e assim que o último espírito se junta os olhos de Arabella se reviram e ficam brancos e ela começa a ver flash de memória de todos os momentos que vivera até ali:

Seu nascimento, sua infância, o amor de seus pais mortais, o cheiro do mar de sua terra natal, Lucca, os Giovanni, seu treinamento, seus estudos, seu abraço, o sentimento de poder, o medo, a amizade de Lucca, seu mestre e sua Diablerie, um porão, a escuridão, um novo continente, novas pessoas, novos aromas, novos gostos, velhos hábitos, velhas amizades e tudo mais o que acontecera até esse momento passou pela mente de Arabella. Suas preciosas memórias de quem era ela estavam todas ali, a disposição para não serem esquecidas. Ela ouve uma frase ecoar em sua cabeça dita com sua própria voz “LEMBRE-SE QUEM TU ÉS” várias vezes até que ela sente isso sendo gravado na sua pele como se a voz fosse uma faca que corta sua pele como uma máquina de tatuagem. Lucca que está olhando para Arabella vê as palavras sendo formadas em sua pele e uma vez que a frase está completa ela some, como se fosse uma tatuagem invisível e assim que some Arabella retoma sua consciência.

Tonta e meio desnorteada, Lucca vai ao seu auxílio quando ela tenta se levantar. Ela parece muito cansada e tem lágrimas de sangue saindo de seus olhos e um sorriso no rosto, o sorriso mais lindo que ele já vira Arabella ter. Ela olha para ele enquanto ele tenta limpar suas lágrimas e diz:

“Eu sei quem eu sou, jamais vou me esquecer, tenho isso marcado na pele caso eu precise de um lembrete. Amo tudo o que sou e NINGUÉM irá tirar isso de mim. Sinto muito Hatem, mas não podia ter você livremente na minha cabeça, tenho muito respeito por você mas nossa conexão agora está limitada e controlada” – diz ela em voz alta para que Lucca também saiba desse resultado do ritual.

Exausta de tudo o que passou Arabella pede para que Lucca a leve para seu quarto e que leve o resto da lasanha, como boa italiana e como tão boa era a lasanha, é digna de ser terminada. Ela come junto a uma taça de vinho, conversa com Lucca sobre as memórias do passado numa noite mais do que agradável. Quando o dia já está amanhecendo ela se prepara para dormir e antes que o faça Lucca a faz uma pergunta:

“Mas e o Saba, sabe que eles vão ficar de olho certo né? Você não tem receios?” – pergunta ele com um olhar preocupado.

“Como diriam os americanos: LET THEM COME AND BRING IT ON!” – diz ela com uma piscada e um sorriso.

Lucca ainda olha com um olhar preocupado mas também confia que Arabella sabe o que está fazendo e que os que viram atrás de resposta o farão outro dia. Por hora, o melhor a fazer é aproveitar a sensação dessa noite tão nostálgica e proveitosa…

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